domingo, 2 de dezembro de 2012

REUNIÃO COM OS PEDAGOGOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL


Oi pessoal, veja a pauta da reunião realizada com os pedagogos e diretores dos CMEI objetivando irradiar a proposta da educação especial, eliminando os preconceitos desde a primeira etapa da educação básica.

4ª REUNIÃO COM OS PEDAGOGOS E DIRETORES DOS CMEIS ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Data: 28/11/2012
Horário: 08h00minh
Local: SEMEC.

 OBJETIVOS:
_ Orientar os professores de suporte pedagógico a docência e diretores a respeito da.

_ Capacitar a equipe gestora com informações técnicas sobre a educação especial na educação infantil.

PAUTA

_ Mensagem: _ Música: Viva às Diferenças (datashow);
Vídeo: Educação Infantil
 _MENSAGEM: Atitudes do educador que inclui
 _ Exibição vídeo (datashow):
Reflexão/ comentários.

_ Entrega dos cartões: Boas – vindas! Todos os alunos são especiais e merecem olhares diferenciados. A escola deve aprender que não existe receita pronta para trabalhar com o diferente, pois, são as pessoas com necessidades especiais que desestruturam, questionam práticas inadequadas e obrigam a mudar o seu fazer pedagógico para todos alunos.(MARIA LUCIA CASTAGNINO).
_Leitura da Apostilas:
_Inclusão começa na educação infantil;
_A inclusão de crianças com deficiência cresce e muda a prática das creches e pré-escolas.
 _ Mensagem no datashow: “Usa-me senhor”.

INFORMES:

_ Falar dos materiais que estão chegando às escolas que receberão salas de recursos:
_Entrega do levantamento dos alunos matriculados para o próximo letivo: 2013;
_ Entrega da sugestão: Sugestões de filmes das pessoas com deficiências.
- Neste trimestre, fazer a ficha descritiva do 3º e  a ficha do parecer final dos alunos inclusos.
_ Assinaturas.



CARTÕES DE BOAS - VINDAS
MENSAGEM INICIAL (APÓS O VÍDEO):
ATITUDES DO EDUCADOR QUE INCLUI


Na perspectiva da inclusão é imprescindível que o educador esteja preparado para lidar com os possíveis obstáculos que surjam, porém vale a pena destacar que a ele, cabe atitudes importantes para de fato evidenciar o processo de inclusão efetivamente.

Algumas atitudes relevantes:

Apóia os pais dos alunos especiais com informações relevantes dentro da sala de aula, ou ainda acerca de descobertas feitas a partir das especificidades de cada necessidade especial;

Não rejeita o aluno que apresenta necessidade especial, pelo contrário, acolhe, mostra aos demais que a diferença é feita de riqueza;

Acredita no potencial de aprendizagem do aluno especial, não deixa de respeitar o ritmo de cada um no decorrer dos estudos;

Busca estratégias escolares de sucesso que garantam a aprendizagem do aluno;

Organiza as aulas de forma que seja possível dedicar um tempo específico a quem apresenta necessidades especiais;

Mostra a todos os pais, em reuniões ou em situações informais, o quanto a turma toda ganha com a inclusão;

Não aceita manifestações preconceituosas;

Exige auxílio, estrutura, formação e informações da rede de ensino.

É isso aí, tudo muito simples. Só depende de você educador comprometido com a inclusão escolar, com o futuro do Brasil, com a qualidade de vida destas crianças, com o aprender de todos numa sociedade igualitária.

Fonte: Nayara Barrocal




PEDAGOGOS PRESENTES (SÃO APENAS cinco escolas de Educação Infantil).


VEJA AGORA OS TEXTOS USADOS NA REUNIÃO:

A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA CRESCE E MUDA A PRÁTICA DAS CRECHES E PRÉ-ESCOLAS

Rita de Biaggio | São Paulo/SP

O aumento do número de crianças deficientes na educação infantil faz parte no movimento mundial pela inclusão. Mas se a política de inclusão educacional traz benefícios para todos, também lança novos desafios para instituições, professores e sociedade.

O número de crianças com algum tipo de deficiência na rede regular de ensino do País cresce a cada ano. O impacto da política de inclusão na educação infantil pode ser medido pelo crescimento das matrículas entre 2002 e 2006. O crescimento não é casual, mas resultado da mobilização da sociedade brasileira. A Constituição Brasileira de 1988 garante o acesso ao ensino fundamental regular a todas as crianças e adolescentes, sem exceção, e deixa claro que a criança com necessidade educacional especial deve receber atendimento especializado complementar, de preferência dentro da escola. A inclusão ganhou reforços com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e com a Convenção da Guatemala, de 2001, que proíbem qualquer tipo de diferenciação, de exclusão ou de restrição baseadas na deficiência das pessoas.

Segundo Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, procuradora da República responsável pelos direitos do cidadão no Estado de São Paulo, no biênio 2002–2004, “o acesso das pessoas com deficiência ao ensino formal é garantido até pela legislação penal, pois o artigo 8o, da Lei no 7.853/89, prevê como crime condutas que frustam, sem justa causa, a matrícula de aluno com deficiência”. Sendo assim, a exclusão é crime.

Mãe de um filho com Síndrome de Down, ela foi autora, juntamente com o procurador Sérgio Gardenghi Suiama, da recomendação no 05/2007/MPF/PR/SP, em fevereiro deste ano, ao diretor da novela “Páginas da Vida” – na qual a personagem Clara, com Síndrome de Down, foi recusada em várias escolas – para que não encerrasse o folhetim sem deixar claro que o acesso de alunos com deficiência a escolas comuns não é mera opção de seus pais ou responsáveis, e que a conduta excludente das escolas pode ter conseqüências cíveis, penais e administrativas.

Movimento mundial chega ao País

Eventos e acordos internacionais foram fundamentais para impulsionara criação de uma política educacional mais justa para todos, sobretudo para os portadores de necessidades especiais. Entre eles, destaca-se a Declaração mundial de educação para todos, resultado da Conferência Mundial de Educação, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990,e, posteriormente, a Declaração de Salamanca, oriunda da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e qualidade (UNESCO, 1994).

A Declaração de Salamanca ressalta que a educação de crianças com necessidades educacionais especiais deve ser tarefa partilhada por pais e profissionais. Para Rosa Blanco, consultora da Unesco, o conceito de inclusão é “holístico, um modelo educacional guiado pela certeza de que discriminar seres humanos é filosoficamente ilegal, e incluir é acreditar que todos têm o direito de participar ativamente da educação e da sociedade em geral”. Essa nova proposta educacional tem como alicerce: acessibilidade, projeto político-pedagógico, criação de redes e de parcerias, formação de professores e atendimento educacional especializado.

Passado de segregação

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% das pessoas têm algum tipo de deficiência, o que representaria 15 milhões de brasileiros, de acordo com o Censo do IBGE de 2000. Em 2004, a fim de aprimorar a formulação de políticas públicas, o MEC passou a definir melhor as várias categorias de deficiência. Assim, deficiência auditiva/surdez é aquela em que, mesmo utilizando aparelho auditivo, a pessoa não consegue ouvir a voz humana. A deficiência visual/cegueira passa a se referir àquelas pessoas que, mesmo utilizando óculos, continuam com dificuldade para enxergar. Assim, o universo de pessoas com deficiência entre 0 e 17 anos fica em torno de 820 mil.
Dentre essas, cerca de 190 mil crianças fazem parte do público a ser atendido pela educação infantil. As escolas comuns são obrigadas a receberem matrículas de crianças especiais

Historicamente, o atendimento educacional a crianças com deficiência era realizado apenas em escolas especiais, fato que trouxe conseqüências negativas e segregacionistas, pois se imaginava que ela seriam incapazes de conviver com crianças sem deficiência. “Hoje, coma política de inclusão, a educação infantil é a porta de ingresso ao sistema educacional para boa parte das crianças, devendo o atendimento educacional especializado ser ofertado na própria creche ou pré-escola em que a criança está matriculada”, afirma Cláudia Pereira Dutra, Secretária de Educação Especial do MEC (SEESP). “Muitas vezes os pais, por desconhecimento, resistem à inclusão, preferindo deixar seus filhos sem casa ou em escolas especiais. À medida que as práticas educacionais inclusivas ganham maior visibilidade, as famílias entendem os benefícios dos espaços heterogêneos de aprendizagem para seus filhos”, assegura Denise de Oliveira Alves, Coordenadora-Geral de Articulação da Política de Inclusão, da SEESP.

Programas e ações

O MEC, no seu papel de indutor de políticas, tem trabalhado na perspectiva de que os Estados e municípios brasileiros incluam em suas escolas e instituições de educação infantil todas as crianças com deficiência.

Nesse sentido, tem firmado parcerias e convênios para garantir o atendimento desses alunos. “O ministério contribui com ações de sensibilização da sociedade e da comunidade escolar, disponibiliza material de apoio e tecnologia educacional que contribua com a prática pedagógica e de gestão escolar, e também com a produção e disseminação de conhecimento sobre a educação inclusiva”, explica Cláudia Pereira Dutra.

Entre os programas e ações da SEESP, destaca-se o Programa educação inclusiva: Direito à diversidade, desenvolvido em todos os Estados e no Distrito Federal, envolvendo 144 municípios-pólo que atuam como multiplicadores para 4.646 municípios de sua área de abrangência.

O objetivo é formar gestores e educadores para efetivar a construção de sistemas educacionais inclusivos, tendo como princípio garantir o direito de acesso e de permanência com qualidade dos alunos com necessidades educacionais nas escolas do ensino regular. Até o final de 2007, serão 5.564, ou seja, 100% dos municípios brasileiros terão recebido formação para a educação inclusiva.

O programa disponibiliza aos sistemas de ensino equipamentos, mobiliários e material pedagógico para a implantação de salas de recursos e organização da oferta de atendimento. E tem implantado um conjunto de outras ações e programas em parceria com dirigentes estaduais e municipais da educação, bem como apoiado a formação continuada dos professores, em diversas áreas, como Deficiência Mental, Deficiência Auditiva,Deficiência Visual, Superdotação/Altas Habilidades, entre outras.

Responsabilidade coletiva

A professora Francisca Roseneide Furtado do Monte, consultora da Seesp/MEC para a publicação Saberes e práticas da inclusão, distribuída para todas as escolas do país, também entende que “a inclusão tem força legal e política para quebrar barreiras sólidas em torno das minorias excluídas da sociedade”. Trata-se de uma experiência que pode gerar conflitos e contradições, segundo Marilda Bruno, da Universidade Federal da Grande Dourados (MS), outra consultora para a publicação do MEC. “A inclusão mobiliza a família, os professores, a escola e os profissionais de apoio especializado. Nos primeiros meses, pode gerar medo, angústia, tensão, dúvidas, tanto para a família como para escola”.

Para ela, a escola ou a instituição de educação infantil torna-se inclusiva quando há um projeto pedagógico elaborado coletivamente, entre as instituições educativas, a família e os profissionais especializados.“A maior demanda encontra-se na esfera das atitudes, posturas,formas de lidar com a diversidade e a diferença significativa de cada aluno. Essa não deve ser responsabilidade só do professor, mas do coletivo escolar”, avalia.
Marilda é mãe de André Gustavo, 32 anos de idade, mestre em educação especial pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e funcionário público concursado. Ele teve paralisia cerebral, deficiência visual severa e quadro neurológico de hipotonia e convulsões freqüentes por seqüela de infecção hospitalar, ao nascer. Ingresso una educação infantil com 1 ano e oito meses, não andava, nem falava.

Mas gostava muito de ir à creche e participar de todas as atividades, do seu jeito. “Para André foi muito importante freqüentar uma instituição educativa cedo: aprendeu a falar, a conviver, a viver frustrações, a conhecer suas possibilidades e a lidar com suas limitações desde pequeno”, relembra.

Mudança de mentalidade

Para que a inclusão aconteça, é preciso olhar a educação de outro modo. Isso é o que preconiza a professora Maria Tereza Eglér Mantoan,coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade da Universidade Estadual de Campinas. Mantoan afirma que a inclusão escolar “pegou a escola de calças curtas” e o nível de escolaridade mais atingido por essa inovação foi o do ensino fundamental, apesar de estar “mexendo” também com a educação infantil.A professora adverte que a escola, organizada como está, produza exclusão. Ela diz que para entender a razão de tanta dificuldade é preciso analisar o contexto escolar. “Os alunos estão enturmados por
Crianças aprendem desde pequenas a respeitar as diferenças

As séries, o currículo é organizado por disciplinas e o conteúdo é selecionado pelas coordenações pedagógicas, pelos livros didáticos, enfim, por uma ‘inteligência’ que define os saberes úteis e a seqüência em que devem ser ensinados”, analisa. “A divisão do currículo em disciplina fragmenta e especializa o conhecimento e faz do conteúdo de cada uma dessas matérias um fim em si mesmo e não um meio para esclarecer o mundo em que vivemos e para entendermos a nós mesmos”,argumenta. “Com esse perfil organizacional, dá para imaginar o impacto da inclusão na maioria das escolas, esta é uma prática que tem de ser banida”, aconselha.

Resistência ao novo

Para Mantoan, todas as estratégias e argumentos pelos quais a escola tradicional resiste à inclusão refletem a sua incapacidade de atuar diante da complexidade, diversidade, do que é real nos seres e nos grupos humanos. “Estes não são virtuais, categorizáveis, mas existem de fato, são pessoas que provêm de contextos culturais os mais variados; representam diferentes segmentos sociais, que produzem e ampliam conhecimentos e que têm desejos, aspirações, valores, sentimentos e costumes com os quais se identificam”, frisa.

Maria Tereza vai mais longe. Ela acredita que ”o desafio da inclusão está desestabilizando as cabeças dos que sempre defenderam a seleção, a divisão do ensino nas modalidades especial e regular, as especializações e especialistas, o poder das avaliações, da visão clínica do ensino e da aprendizagem”. Ela também acha “difícil manter resguardados e imunes às mudanças todos os que colocam nos alunos a incapacidade de aprender”, referindo-se a membros da comunidade escolar resistentes às mudanças.

Direito humano à inclusão

A garantia de acesso e permanência com sucesso nas escolas comuns regulares significa um patamar imprescindível de cidadania para pessoas com deficiência, na opinião de especialistas. A sua inclusão nos ambientes comuns de aprendizagem, oferecendo todas as condições de acessibilidade, possibilita o preparo para a inserção nos espaços sociais, incluindo o mercado de trabalho. “A inclusão é extremamente favorável à eliminação de posturas excludentes, pois a partir da convivência na heterogeneidade, as crianças aprendem, desde cedo, a não discriminar. Estudos comprovam o desenvolvimento de práticas colaborativas e valores como a solidariedade e o respeito à diferença”, alerta Denise Alves, do MEC.

Educação inclusiva x educação especial

Por isso, é necessário estar clara a diferença entre educação inclusiva e educação especial.

A educação inclusiva é um movimento mundial fundamentado nos princípios dos direitos humanos e da cidadania, tendo por objetivo eliminar a discriminação e a exclusão, para garantir o direito à igualdade de oportunidades e à diferença, transformando os sistemas de ensino, de modo a propiciar a participação de todos os alunos, com foco específico naqueles que são vulneráveis à marginalização e exclusão.A educação especial é uma área de conhecimento que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas com deficiência,autismo, síndromes ou altas habilidades/superdotação, e abrange desde a educação infantil até a educação superior.

Hoje, o atendimento educacional especializado é apenas complemento da escolarização, e não substituto. Muitos municípios brasileiros já começaram a adaptar escolas, a capacitar professores e a comprar equipamentos. Salas multimeios, instaladas em escolas pólo, que servem outras escolas e instituições de educação infantil das redondezas estão sendo criadas, e atendem crianças cegas,com baixa visão, surdas e com dificuldades motoras. Os professores são capacitados para ensinar libras
(língua brasileira de sinais), braile, língua portuguesa para surdos e ouso de instrumentos como o soroban (ábaco japonês).“Falamos de um processo de mudança cultural que se constrói no cotidiano educacional e social.

Hoje, os pais já não escondem seus filhos com deficiência. As escolas e instituições de educação infantil não podem negar a matrícula,alegando não saber como atuar, e os professores buscam aperfeiçoar sua prática, o que se traduz em benefício não só dos alunos com deficiência, mas também de todos os alunos”, reitera

Cláudia Pereira Dutra. “Com uma nova concepção de ser humano, ética, cultura e sociedade, e também com a evolução do conhecimento científico acerca da inteligência humana, a educação passa a ser definida e viabilizada como direito de todos. À medida que existe esta mudança de mentalidade nas escolas, altera-se o pensamento e a realidade culturald o País”, afirma a Secretária de Educação Especial do MEC.•

O grande desafio da formação

Rita de Biaggio | São Paulo/SP
Para a maioria dos especialistas, o professor é a peça-chave na implantação da educação inclusiva e precisa ter uma melhor formação, em um processo contínuo e permanente. Essa formação não ocorre meramente por meio de cursos de graduação, de pós-graduação ou de aperfeiçoamento.

Segundo Roseneide Furtado, especialista em educação especial/educação infantil, a formação continuada, com cursos de curta e média duração, é o caminho para garantir a aquisição de competências relevantes para atuar junto a essas crianças. Ela também aponta a necessidade urgente de mudanças nos cursos de formação de professores em geral, com destaque para os cursos da área de educação infantil e seus currículos, os quais devem incluir conteúdos que favoreçam as práticas pedagógicas inclusivas.
Para Marilda Bruno, “nós professores temos dificuldade para romper com a idéia de homogeneidade em que fomos formados: a criança ideal, abstrata, que se desenvolve e aprende de uma forma única.

Este é o grande desafio que a inclusão impõe à escola: lidar com a diversidade e buscar respostas para as diferentes necessidades educacionais. Trabalhar com o nível de conhecimento, adaptar o ensino ao interesse e ao ritmo de aprendizagem de cada aluno e ajudá-lo a progredir e a ter experiências significativas de aprendizagem são a chave da questão”.•

Educação inclusiva desde a creche

Neuracy Viana | Palmas/TO
A cada passo, a cada palavra balbuciada, o pequeno Érick Cordeiro da Silva, 2 anos, foi ganhando confiança, adquirindo auto-estima e se relacionando melhor com os coleguinhas de sala na Creche Municipal Sonho Encantado, em Palmas (TO), que freqüenta há cerca de um ano. Érick é um dos 288alunos de instituições de ensino acompanhados pelo projeto Educação precoce começa na creche, desenvolvido pela secretaria municipal de educação, em parceria com universidades locais, desde agosto
de 2006. Ele é um exemplo de que é possível trabalhara educação inclusiva, desde a educação infantil.

O pequeno Érick começou a freqüentar a crechequando tinha 1 ano e meio. Na época, a orientadora educacional da instituição, Jucilene Demétrio de Moraes, percebeu um retardo nas funções motoras e de linguagem do menino, uma vez que ainda não andava, não tinha firmeza no corpo e não conseguia balbuciar qualquer palavra. Foi aí que entraram em ação os grupos de trabalho do projeto. Inicialmente, foi feita uma avaliação do grau de dificuldade da criança e, a partir de então, intervenções dentro da creche, abrangendo as áreas de educação física, de pedagogia, de psicologia e de enfermagem.
O trabalho é realizado por grupos de estudantes universitários, supervisionados por seus professores.

Cada acadêmico acompanha 12 crianças de 0 a 3anos. Atualmente, as ações atendem a quatro instituições.

O grupo reúne-se três dias na semana para estudo das dificuldades das crianças acompanhada se dois para fazer as intervenções na escola.
A coordenadora do projeto, Leny Carrasco, psicóloga,
explica as intervenções: “a partir do estudo,nós construímos as atividades pedagógicas específicas para cada criança que faz parte do projeto”.

Segundo ela, as crianças são indicadas pela própria creche e o projeto atua nas áreas cognitivas, de linguagem, motora e social. Com esse trabalho, centenas de crianças como Érick têm tido a chance de desenvolver suas capacidades com acolhimento e respeito.

OUTRO TEXTO:


ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA INCLUSIVA: NA DIVERSIDADE TODOS APRENDEM JUNTOS

Sabe-se que alfabetizar uma criança é apresentar o mundo a ela, e desta forma, esta poderá conhecê-lo, agir sobre ele, expressá-lo e até modificá-lo. Cabe ao professor, buscar os meios para a aprendizagem significativa e consistente.

No contexto da inclusão de crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, a alfabetização é um processo de construção de hipóteses sobre o funcionamento da leitura e da escrita. Isso nos permite entender que para aprender a ler e a escrever, esta criança deve participar ativamente da construção do seu conhecimento, além de enfrentar os desafios que surgirão e saber lidar com as situações, reflexões e aprendizagens.

Para que este processo ocorra de forma concisa e contemplando a perspectiva de letramento, é preciso lembrar que antes de chegar à escola, a criança já possui conhecimento sobre o mundo letrado e que todas elas, saberão informações deste, de formas diferentes, respeitando suas necessidades especiais educacionais.

Desta maneira, importante mencionar que não existe receita pronta para trabalhar com as crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, mas a afetividade e o lúdico permeando este processo garantirão a apropriação dos saberes necessários, contudo é preciso lembrar que elas possuem ritmos diferenciados e que precisam ser conhecidas, no que se refere a necessidade especial específica de cada caso, para posteriormente, serem avaliadas e direcionadas.

Os jogos, as brincadeiras, os textos retirados do cotidiano das crianças oferecerão o suporte necessário à aprendizagem acerca da leitura e da escrita e promoverá dentro da sala de aula, o ambiente igualitário,
Sendo assim, a escola precisa está preparada para levar até estas crianças, oportunidades que desencadeiem a internalização de tais aprendizagens e para isso, seguem descritas algumas sugestões a serem desenvolvidas com este público.

• Alguns recursos e instrumentos:
- Jogos táteis com letras e/ou palavras
- Alfabetos em braile e em libras
- Letras móveis em braile e em libras
- Pranchas de comunicação
- Receitas com material concreto
- Músicas ilustradas
- Cartão letras móveis com velcro
- Lótus sílabas gravuras
- Estante de leitura
- Velcro nas páginas do livro

• PROPOSTAS LÚDICAS:

1. A palavra do dia
- Selecione uma palavra por dia como a “palavra do dia”.
- Escreva esta palavra do dia em um cartão e apresente-a durante a rodinha, depois a coloque em local visível.
- Use a palavra seguidas vezes durante o dia e estimule as crianças a usá-la o máximo de vezes
2. Uma fotografia vale por mil palavras
- Tire fotos das crianças fazendo atividades na sala de aula.
- Desenvolva um arquivo de fotos de revistas com objetos diferentes.
- Deixe as crianças escolherem fotografias e descreverem como os objetos são usados.
3. Álbum de aproveitamento
- A professora contará a história para as crianças
- Cada uma fará o desenho interpretativo da história ouvida
- Este desenho será guardado no álbum, onde a professora registrará por meio da escrita o que produziu cada criança.
4. Pegue um par
- Coloque diversos pares de objetos que rimem entre si numa cesta (gato/rato, boliche/sanduíche).
- Peça para as crianças formarem pares de objetos que rimem.
5. Rimas enlatadas
- Coloque diversos objetos que rimem em uma lata – para, lata e barata
- Oriente as crianças a criar uma história que inclua todos os itens.
6. Que letra está faltando?
- Coloque quatro pranchas alfabéticas consecutivas no chão e peça para as crianças dizerem as letras
- Diga para as crianças taparem os olhos e remova uma das letras.
- A seguir, peça para abrirem e identificarem a letra que falta.
7. Sacos de gel
- Coloque ½ xícara de gel para cabelos em um saco plástico com fecho.
- Oriente as crianças a fazer letras no saco usando o dedo indicador.
8. Letras de massa de modelar
- Oriente as crianças a formar letras e desenhos, cujas escritas iniciam com a mesma letra com massinha.
9. Chegou carta
- Escreva o nome de cada criança em um envelope de cartas e coloque-o em uma caixa de correios.
- Faça um crachá para cada uma e peça para sentarem em círculo segurando-os.
- Deixe as crianças alternarem-se entregando os envelopes retirados da caixa e os entregando aos nomes correspondentes aos crachás.
- Para mais diversão, acrescente presentes-surpresa, como adesivos ou fotografias, aos envelopes.
10. Tirinhas caseiras
- Recorte tirinhas (histórias em quadrinhos) de jornais, internet, etc.
- Leia as tirinhas com as crianças individualmente ou em pequenos grupos.
- Comente a ordem das imagens da esquerda para a direita à medida que lê.


11. Varal de letras
- Recorte círculos de cartolina, escreva letras nos mesmos e plastifique-os. Faça furos nos círculos usando um furador de papel.
- Distribua cadarços ou cordões.
- Oriente as crianças a amarrar as letras para formar uma palavra.
12. Listas
- Faça listas de atividades de sala de aula com temáticas do cotidiano das crianças ou mesmo, acerca de temáticas estudadas na turma.
- Utilizar cartolinas para registrar as palavras que comporão as listas.
13. Escrevendo um diário
- Pegue um caderno para cada criança, faça a capa com elas ou coloque uma foto da turma.
- Cada dia peça que escrevam ou desenhem em uma página, registrando o pensamentos delas naquele dia.
Proporcione oportunidades para as crianças “lerem”uma página do diário para os colegas, ou crianças de outras turmas.
14. Detetives de histórias
- Após ler uma história para as crianças, faça perguntas de múltipla escolha.
- Elas deverão responder através das pistas ou das opções dadas, de forma correta.
15. Verdadeiro e falso
- Apresente pares de sentenças às crianças – uma verdadeira e uma falsa.
- Peça para selecionarem a afirmação verdadeira.
- Após as crianças terem confiança em como selecionar esse tipo de afirmação categórica, apresente pares de sentenças, nos quais uma sentença é parcialmente verdadeira e a outra é completamente verdadeira.

É importante destacar que, serão as necessidades destas crianças que determinarão os recursos e instrumentos mais úteis para oportunizar novos saberes na sala de aula. Porém, é na diversidade que aprendemos juntos, isso que dizer que, toda a turma deverá acessar os meios facilitadores de forma integrada e desta maneira aprenderão todos juntos envoltos em um processo de hibridização de recursos, o que é muito interessante na escola inclusiva.

Sugestões de leitura:

• Escola Inclusiva – Linguagem e Mediação. Lucia Reily. Papirus Editora.
• Ensinar e Aprender Brincando. Pam Schiller e Joan Rossano. Artmed.
• Inclusão Social - Primeiros Passos. Márcia M. do Nascimento e Ivete Raffa. Editora Giracor.

Abraços inclusos a todos!

Diones - SETOR DA EDUCAÇÃO ESPECIAL - SEMEC DE BARRA DE SÃO FRANCISCO





 






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